“Um homem ia feliz pela floresta quando, de repente, ouviu um urro terrível. Era um leão.
Ele teve muito medo e começou a correr. O medo era muito, a floresta era fechada.
Ele não viu por onde ia e caiu num precipício.
No desespero agarrou-se a uma raiz de árvore, que saía da terra.
Ali ficou, dependurado sobre o abismo.
De repente olhou para a sua frente: na parede do precipício crescia um pezinho de morangos.
Havia nele um moranguinho, gordo e vermelho, bem ao alcance da sua mão.
Fascinado por aquele convite, para aquele momento, ele colheu carinhosamente o moranguinho, esquecido de tudo o mais. E o comeu. Estava delicioso!
Sorriu, então, agradecido de que na vida houvessem morangos à beira do abismo…”
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(Rubens Alves, em “Morangos à beira do abismo”)